Com interesses comuns e produtos complementares, a Mauá Capital e a Jive Investments anunciaram na última semana a união de suas operações. Na prática, a nova plataforma será responsável por gerir um capital de R$13 bilhões e ganha uma oferta mais ampla do que a apresentada individualmente pelas gestoras dentro do segmento imobiliário. E os times de gestão, somados, ganham a possibilidade de fazer ainda mais negócios, especialmente nos mercados de real estate, infraestrutura, agronegócio e distressed.
Para Luiz Fernando Figueiredo, CEO da Mauá Capital, dentro do setor imobiliário, onde as duas gestoras atuam há mais de uma década, cada parte se especializou em ativos distintos e complementares. Por um lado, explica, a Mauá gere fundos imobiliários listados e que são destinados ao público geral do varejo, atuando em diferentes frentes, como créditos high grade e high yield nos setores residenciais, escritórios, logísticos, shoppings, hotéis e loteamentos, compra de recebíveis imobiliários, gestão de financiamento a empreendimentos, companhias de home equity, entre outras.
Já a Jive atua no setor imobiliário distressed e high yield, que formam parte da carteira de fundos multimercado não listados para investidores qualificados e profissionais, acrescenta Figueiredo, que deve se tornar o presidente do Conselho de Administração da Jive e atuará ativamente na definição da estratégia de negócios. Em janeiro deste ano, a gestora já havia dado um passo importante ao lançar seu primeiro fundo aberto, iniciando um movimento de expansão direcionado aos investidores qualificados.
“Ambas as assets são completas em termos de produtos alternativos. Essa complementaridade entre a oferta, experiências e skills das duas gestoras em conjunto com um grande alinhamento no propósito, cultura similar e histórias semelhantes no mercado financeiro motivou a fusão”, afirma em entrevista à CRC!News.
Guilherme Ferreira, sócio da Jive Investments, argumenta que a união também traz ganhos importantes para a Jive, que passa a ter atuação no mercado de fundos listados. “Os fundos de Mauá têm em conjunto quase 84 mil cotistas no varejo. Nosso foco é mirar em investimentos alternativos de longo prazo com produtos e atividades em diferentes segmentos. É mais um passo nessa estratégia que a Jive desenhou e comunicou que faria desde a transação com os investidores e com a XP”, revela.
Próximos passos
De acordo com Ferreira. a ideia é que, ao longo do tempo, o nome Jive prevaleça dentro da arquitetura como a marca mãe do grupo. Contudo, por enquanto, ambas seguirão existindo lado a lado.
“A Mauá continuará sendo gerida como hoje, dentro de um universo de políticas e controles comuns, como é natural dentro de qualquer organização, mas com toda liberdade de continuar executando as estratégias de investimentos bem-sucedidas que eles já têm”, explica.
Sobre a possibilidade de novas fusões, o sócio da Jive deixa as portas abertas para eventuais oportunidades. “Estamos sempre analisando possíveis negócios. A nossa visão é de virar o mais completo e mais admirado ecossistema de investimentos alternativos no Brasil, com foco em investimentos alternativos de longo prazo que ofereçam produtos e atividades em diferentes segmentos”, encerra.
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