As mudanças projetadas para o mercado de assessorias no próximo ano devem aumentar a concorrência e gerar necessidade de diferenciação com soluções e produtos customizáveis para diferentes perfis de clientes. Em entrevista exclusiva à CRC!News, Lucas Areias, gerente comercial de B2B da Órama, faz essas e outras projeções para 2023. Confira.
Na sua visão, quais foram os grandes acontecimentos do setor de assessorias de investimentos ao longo de 2022?
Em primeiro lugar, a autorização do CMN (Conselho Monetário Nacional) para que empresas de assessores de investimento possuam sócio investidor, o que representa uma sinalização positiva para a efetiva alteração da resolução da CVM nº16. Dessa forma, teremos os seguintes benefícios: Contribuição para perpetuação da empresa; Acesso a outras fontes de capital pelos assessores; Maior profissionalização do mercado
Este ano também foi concretizada a redução da taxa CVM de 80%, o que diminui a barreira à entrada de novos AAIs no mercado. Com isso, acreditamos que dentro dos próximos anos teremos uma aceleração na quantidade de profissionais, facilitando a penetração da educação financeira no território brasileiro.
E em relação à Órama, quais projetos e realizações foram destaque neste ano?
Buscamos a personalização da experiência dos clientes de AAIs através do modelo do Investment as a Service, com a utilização de APIs para facilitar o desenvolvimento de soluções. Trabalhamos educação financeira com corretores para transformá-los em AAIs. Além disso, dado o cenário com menores barreiras à entrada para novos AAIs, a Órama atua como aceleradora do desenvolvimento de novos profissionais de outros segmentos. Hoje, já possuímos mais de 4000 corretores de seguros e previdência cadastrados em nosso programa de educação financeira.
Outro ponto importante foi a possibilidade de AAIs venderem um conceito de White Label para qualquer outra empresa. Criamos uma estrutura tecnológica possibilitando dissociar a empresa geradora do lead cliente, da empresa que presta assessoria para este. Ou seja, um AAI pode se aproveitar de uma marca já conceituada em algum segmento que facilite a abertura de conta e ao mesmo tempo, ele seja o responsável pela assessoria desta base. Por exemplo, um AAI pode ser o responsável pela assessoria de investimentos dos funcionários de um banco digital, onde a plataforma possua a identidade visual do banco.
Para você, qual a grande expectativa para 2022 que ainda não se concretizou no setor?
Foram as questões do fim da Exclusividade e da entrada de sócios capitalistas. Com a aprovação dessas duas pautas, acreditamos que o mercado poderá ter um crescimento exponencial em uma janela de um ano, aumentando em até 50%.
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Pensando no futuro, como você projeta 2023 para o segmento de assessorias?
Vemos o aumento da concorrência e necessidade de diferenciação com soluções e produtos customizáveis para diferentes perfis de clientes. Além disso, o trabalho do AAI deverá se aproximar ao de um educador financeiro para se manter competitivo. Outro ponto é que, com o fim da exclusividade, o cliente poderá ser atendido pelo seu AAI em mais de uma corretora para todos os produtos, garantindo um atendimento mais completo, benefícios de melhores taxas para o cliente e uma maior preocupação com a performance de sua carteira.
Texto publicado na edição 64 da revista CRC!News, acesse e leia os principais destaques do setor.