Hoje as bolsas ao redor do mundo amanhecem em tom negativo com o avanço da taxa de juros dos títulos públicos americanos de 10 anos para 1,83%, maior nível nos últimos dois anos. Esses títulos são grandes “dragas” de dinheiro. Como possuem o risco muito baixo (considerado um dos mais baixos disponíveis no mundo), quando suas taxas sobem, a atratividade aumenta, e o mercado tende a sair de ativos de maior risco, como países emergentes e empresas de crescimento, para investir nestes papéis do Tesouro americano.
Os preços do petróleo atingiram o nível mais alto em sete anos, pressionando a desinflação global que é esperada para esse ano pelo mercado. Esse movimento é impulsionado pela forte demanda nas maiores regiões consumidoras do mundo, como EUA e Europa, mesmo num ambiente com sinalização do Fed (Banco Central americano) de uma política monetária mais apertada à frente (taxa de juros mais alta).
De todo modo, a temporada de resultados segue a todo vapor: ao longo da semana teremos nomes relevantes como Goldman Sachs, Bank of America e Netflix divulgando seus números do trimestre. Até o momento, das 26 companhias do S&P 500 (principal índice de ações americano) que reportaram seus balanços, cerca de 77% superaram as projeções de lucro, segundo dados da Refinitiv.
Na China, o Partido Comunista identificou a inflação e a desaceleração do crescimento doméstico como os principais riscos políticos do momento. Segundo nota da Comissão de Assuntos Políticos e Legais, “se os riscos econômicos e financeiros não forem bem administrados, eles podem ser facilmente transmitidos para a esfera social e política”.
Na mesma linha, o Banco Central chinês anunciou uma política monetária mais acomodativa ontem, preocupado justamente com essa conjuntura chinesa. O mercado comemorou com a alta do principal índice de ações chinês apresentou alta, mas as empresas chinesas de tecnologia sofreram com o aumento dos juros de 10 anos nos EUA.
Aqui no Brasil, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que os senadores vão discutir em fevereiro um projeto para estabelecer uma faixa-limite para os preços dos combustíveis no mercado doméstico. Sindicatos dos servidores públicos federais farão hoje manifestações em Brasília, reivindicando aumentos salariais que não cabem no teto de gastos.