Os mercados internacionais amanhecem negativos nesta segunda-feira, com a expectativa da reunião do FOMC (comitê de política monetária do banco central americano) que ocorre nesta quarta-feira e que deverá sinalizar quando ocorrerá o aumento da taxa de juros americana.
Já é esperado pelo mercado que o ciclo de alta na taxa de juros americana comece esse ano, mas o tamanho desse ciclo ainda não é claro e vai depender do rumo da inflação por lá. Importante acompanhar essa discussão que deve mexer bastante com o preço dos mercados, inclusive aqui no Brasil.
A divulgação dos resultados do último trimestre segue no radar dos investidores, com destaque para as “big techs” como Microsoft, IBM, Apple que reportam essa semana.
No S&P 500 (o principal índice de ações nos EUA), 64 de 500 empresas reportaram resultados do 4º trimestre de 2021, 78% delas acima do esperado. Na Nasdaq, famosa pela grande representação em empresas de tecnologia, 127 de 3135 empresas reportaram, 60% delas acima do esperado. Já na Zona do Euro, no EuroStoxx 600, 20 de 446 empresas reportaram, 85% delas acima do esperado. Esse é o balanço dessa temporada até aqui.
Enquanto isso, na Europa, o mercado segue em tom negativo com a escalada das tensões entre Rússia e Ucrânia, que poderão afetar a oferta energética no continente. Após reunião entre diplomatas russos e americanos não produzir resultados no fim da semana passada, tanto os EUA quanto o Reino Unido deram ordens às famílias de diplomatas e parte das equipes de suas embaixadas na Ucrânia, de retornar aos seus respectivos países devido o risco de guerra. No entanto, o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken disse que seria muito cedo para elevar sanções sobre a Rússia.
PMI (Índice que mede a expansão ou contração econômica) de janeiro, ficou em linha com as expectativas para a região. Esse resultado sugere que a Ômicron afetou levemente as expectativas econômicas na região até agora.
No Brasil, o presidente Bolsonaro sancionou o orçamento de 2022. O presidente vetou R$ 3,2 bilhões de gastos discricionários para recompor orçamento de gastos obrigatórios (principalmente folha de pagamento). Pelos cálculos do nosso time de economia, as despesas obrigatórias ficaram R$16 bilhões abaixo do necessário no orçamento aprovado, então o veto deveria ter sido maior. De qualquer forma, isso é algo que o Poder Executivo poderia ajustar facilmente durante a execução orçamentária ao longo do ano.