Bolsas ao redor do mundo amanhecem levemente em alta, seguindo a temporada de resultados corporativos dos EUA. Até aqui, 286 empresas do índice S&P 500 já reportaram seus balanços, e 77% surpreenderam as expectativas do consenso do mercado, segundo o Refinitiv.
Os destaques do dia são os resultados da Pfizer, Harley Davidson e Chipotle. Na China, os principais índices de ações fecharam o pregão em queda um dia após o Departamento do Comércio dos EUA incluir 33 entidades chinesas em uma lista de companhias sujeitas a regras de exportação mais rigorosas. Além da divulgação dos resultados das empresas, investidores focados na sinalização em relação à velocidade com que os Bancos Centrais retiram o apoio emergencial que deram há dois anos.
Ontem, a presidente do BC europeu, Christine Lagarde, discursou no Parlamento Europeu e reafirmou, em linha com sua entrevista coletiva na semana passada, que o banco está aberto a encerrar as compras de ativos e aumentar as taxas de juros antes do final do ano. Já o Federal Reserve, BC americano, já sinalizou que começará em breve a elevar os juros, receberá na quinta-feira o dado do índice de preços ao consumidor. Números acima das expectativas podem levar os mercados a precificar mais de cinco aumentos de juros este ano.
Petróleo – Os preços seguem o movimento de queda de ontem após fechar em baixa pela primeira vez em sete sessões, com o mercado de olho na retomada das negociações nucleares entre o Ocidente e o Irã no final do pregão, o que pode levar levar à remoção das sanções às vendas de petróleo iranianas. Tal resultado pode aumentar a oferta global da commodity. As negociações se arrastam por mais de um ano desde que o presidente Joe Biden assumiu o cargo, e para especialistas, conseguir que ambos os lados assinem um acordo será difícil.
Aqui no Brasil, o evento do dia é a divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), que ocorreu às 8h. O documento trouxe mais detalhes da última decisão do Copom e veio com um tom mais hawkish (ou seja, mais rígido em relação a inflação) do que o comunicado divulgado pelo Banco Central após a reunião da semana passada.
O Copom chamou atenção para a alta das commodities acima do esperado, especialmente do petróleo, e do aumento da incerteza fiscal. Essa última impulsionada por discussões atuais sobre redução de impostos no curto prazo – que podem segurar os preços no imediato, mas pioram as expectativas de alta de inflação no longo prazo.
Assim, acreditamos que o Copom deve elevar a Selic um pouco além do que esperamos atualmente (em 11,75% ao ano), mas vamos aguardar mais dados para atualizar o nosso cenário.