Nos últimos anos, a popularização dos criptoativos se intensificou de forma exponencial tanto no Brasil, quanto no restante do mundo. Para explicar melhor como começar a investir nesse mercado em ascensão, o BP Money conversou com especialistas que apontaram que, para aplicar no universo de criptos, o estudo é um dos principais aliados.
De acordo com Pedro de Luca, analista de investimento de criptos na Levante Investimentos, o primeiro passo fundamental antes de começar a investir nessa área é estudar todas as vertentes e variáveis que o universo de criptos possui.
“Os criptoativos são uma classe de ativos totalmente diferente das outras que temos no mercado e que estamos acostumados. Eles não possuem ações, nem títulos, nem fluxos de caixa, entre todos os fatores que estamos acostumados. Então, por se tratar de algo tão diferente, não há outro caminho”, disse de Luca.
Para Precyla Eller, especialista de criptos na Hashdex, a necessidade do estudo desse mercado também é corroborada pela falta de informações gerais no Brasil, em que pouco se sabe sobre este tipo de investimento.
“Em um senso comum, é preciso entender que não trata-se somente de Bitcoin, por exemplo. O que foi criado e está sendo continuamente usado é uma nova internet, então a única forma de entrar com segurança neste mercado é estudando e buscando conhecimento sobre a classe”, afirmou Eller.
Blockchain é porta de entrada para entender o funcionamento dos criptoativos
Entre as mais diversas possibilidades de estudo dentro do universo de criptos, um grupo em especial é primordial de ser destrinchado para a compreensão do restante da cadeia: o blockchain.
A tecnologia do blockchain foi desenvolvida para proporcionar ao investidor, a transparência e segurança necessárias para realizar transações e expor dados, assim como nos métodos tradicionais de investimento.
Por envolver também linguagens de programação, o blockchain, em primeiro momento, pode se mostrar como uma ferramenta complexa para compreensão, porém, é extremamente necessário para o início e manutenção dos investimentos.
Dessa forma, por tratar-se de um tipo de investimento não tão disseminado pela população, de Luca explicou a importância de compreender quais são as atuações dos ativos, onde, e para quem seus dados realmente estarão visíveis.
“Por ser um universo ainda muito atual, é essencial conhecer o ‘time’ que está por trás do criptoativo escolhido. Ter a certeza, por meio de estudos, se você está lidando com pessoas reais ou anônimas, com ativos realmente descentralizados, e com métodos que realmente concretizem suas vontades no universo de criptos, é muito importante”, esclareceu de Luca.
Definir o perfil de investidor é sinônimo de segurança no universo de criptos
Outro passo fundamental é definir o perfil de investidor. Como o universo de criptoativos possui diversas formas de atuação e investimento, definir quais são as necessidades que o investidor busca nesse mercado facilita muito sua atuação.
Eller reforça que ao considerar que as criptomoedas, por exemplo, possuem vários tipos com finalidades diferentes, fica mais fácil compreender como atuar nesse mercado.
“O ETF, por exemplo, é um fundo negociado na B3, que permite comprar, vender, entrar ou sair do negócio a qualquer momento. Por ser negociado na Bolsa, não há nenhum tipo de restrição de perfil, e já é possível saber os valores da negociação na largada”, elucidou Eller.
Portanto, quanto mais o investidor definir sua intenção e compreender a atuação de cada ativo diferente no mercado de cripto, melhor será seu desempenho e resultados.
Além disso, é fundamental também estar atento a possíveis golpes com os criptoativos, principalmente por conta da ascensão de cibercrimes neste campo de atuação.
Na última semana, por exemplo, um investidor brasileiro , ao checar seu saldo na Binance, notou que R$ 250 mil haviam sido roubados direto da sua carteira na exchange.
Por conta de casos assim, Pedro de Luca também ressaltou que conhecer o tipo de investimento é uma forma de se proteger.
“O investidor de criptos deve investir somente se ele acreditar no ativo. Se sua intenção for aliada com expor-se ao Bitcoin, por exemplo, as chances de ele ter negociações seguras são muito mais altas, o que pode não acontecer caso o investidor não confie na atuação daquele ativo”, disse o especialista da Levante.
Mesmo que em passos lentos, “cultura” dos criptoativos se espalha pelo Brasil
Apesar de não ser um tipo de investimento tão usado no País, o universo cripto está ganhando cada vez mais espaço, o que reforça a necessidade de conhecê-lo.
O Senado aprovou, ao fim de abril, a Lei Bitcoin, Projeto de Lei 3.825/2019, de autoria do senador Flávio Arns (Podemos-PR), que regula operações realizadas com o universo de criptos no Brasil.
A conclusão para tornar-se lei ainda depende da votação do plenário da Câmara dos Deputados, que realizará a revisão da Lei Bitcoin. Após isso, o projeto poderá ser encaminhado para sanção presidencial, o que pode abrir portas para a atuação dos criptoativos no cenário doméstico.
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Texto escrito por Fabio Santiago, BP Money.