A assessora de investimentos Cristiane Lacerda, representando a Associação Brasileira de Agentes Autônomos de Investimentos (ABAAI) conduziu o painel responsável por unir a fundadora e CEO do Mercado in Foco, Roberta Santoro, e a sócia da Investsmart, Jessica Soares, para falar sobre o futuro das profissões no mercado financeiro.
Roberta iniciou falando do período da Primeira Guerra, quando muitas mulheres entraram no mercado de trabalho para sustentar suas famílias enquanto seus maridos estavam lutando. A ideia da participação de mulheres no mercado financeiro tem avançado com o interesse pelo tema e pela identificação com as carreiras. Hoje, Roberta conta que o número de alunas é maior que o de alunos.
“Essa movimentação que as próprias corretoras têm feito ajuda a trazer cada vez mais boas profissionais para o nosso lado”, endossa Jessica. A assessora falou sobre a importância de fomentar o aspecto educacional e do papel dos homens na construção de um ambiente sadio para todos.
A partir de uma provocação de Cris, Jessica falou que a aproximação do mercado financeiro brasileiro e norte-americano vai se dar a partir de um investimento massivo em educação. “Para mim, todos deveriam ter o CFP”, opina. Roberta complementou a fala da assessora trazendo dados que mostram que, apesar do menor percentual de certificações, as mulheres se posicionam melhor no quesito graduação.
Ainda comparando os dois mercados, Roberta falou como a quantidade de assessores que ainda é inferior ao necessário para atender toda a população do Brasil, que deveria ter 600 mil assessores para isso, mas conta com apenas 20 mil.
Outro assunto que diz respeito ao futuro é a mudança nos modelos societários praticados no mercado, que deve abrir margem para os escritórios contratarem em modelo CLT. “Isso deve trazer mais mulheres para o mercado.”
As profissionais ainda abordaram a necessidade de afastamento das mulheres por conta da maternidade. Para Jessica, a maneira como o mercado trata essas mulheres gera receios, e a mudança no modelo societário das assessorias deveria trazer algum conforto para esses casos.
A assessora explica que o cuidado com o cliente é algo que jamais poderá ser substituído. “A mulher tem essa habilidade de fazer uma escuta ativa de verdade, o que é uma grande vantagem”, ressalta.
Ao final, Roberta lançou uma alerta sobre a grande exigência da mulher consigo mesma e como isso a leva a negligenciar suas necessidades. “Eu me acostumei a ter que trabalhar com dor para entregar o que precisava”, relembra. Para ela, o conforto de pedir ajuda é uma das melhorias para a construção de um ambiente mais saudável.
Leia mais
Amanda Courada: “Há oportunidades em fundos de tijolo, papel e fiagros”
Katya Treiger: “Já vi cliente escolher fundo pelo nome”
Assessoras debatem boas práticas e dilemas femininos dentro do mercado