Um dos grandes desafios para assessores e gestores é encontrar os melhores ativos para equilibrar as carteiras dos clientes e a composição dos fundos. Pensando em oferecer esta alternativa, a Investo lançou os dois primeiros ETFs de renda fixa internacional da B3, cuja correlação inversa com o Ibovespa deve contribuir com este papel de equilibrar os riscos dentro de um portfólio.
Sob o ticker USDB11, o primeiro dos fundos reúne mais de 10 mil papéis de renda fixa dos Estados Unidos, sendo 45,9% títulos públicos, 20,2% hipotecas com garantia do governo norte-americano, 15,7% emitidos por indústrias e 8,8% por empresas financeiras. “É uma ótima opção para quem busca diversificar a carteira em dólar, pois o título público dos EUA é o ativo mais seguro do mundo”, resume em entrevista à CRC!News Cauê Mançanares, CEO da Investo.
Já o segundo é o BNDX11, que reúne 6 mil títulos de renda fixa internacionais, mas com foco em outras economias desenvolvidas, como Japão, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Canadá e Espanha. “Ele permite fazer uma distribuição globalizada do patrimônio e entrega um pouco mais de retorno, pois apesar de reunir papéis muito seguros envolve um pouco mais de risco se comparado com o mercado norte-americano”, comenta.
Um dos principais atrativos dos produtos está em sua correlação inversa com a bolsa brasileira, o que ajuda a aumentar os retornos e reduzir os riscos nas carteiras. “Quando o Ibovespa cai, o ativo sobe. E ele sempre ganha no longo prazo por conta da valorização do dólar. Em um backteste, o USDB11 teve valorização de 192% nos últimos 10 anos, contra 86% da bolsa. Essa característica é o que qualquer gestor sonha para diversificar o portfólio”, explica.
Além disso, em um momento de alta das taxas de juros e inflação, os papéis de renda fixa voltaram a ganhar os holofotes, e os dois novos fundos surgem como uma alternativa simples, barata e de baixa volatilidade para se acessar este tipo de produto no mercado internacional. As cotas ficam na faixa de R$100, enquanto a taxa de administração é de 0,25% ao ano.
“Os BDRs de renda fixa internacional não estão disponíveis para o investidor do varejo. Na prática, acessar esses ativos é muito complicado, pois não é algo negociado em bolsa. É preciso criar conta em uma corretora lá fora e negociar com suas mesas de renda fixa. Além disso, os mínimos de investimento são elevados e o cliente precisa lidar com IOF e spread cambial. Criamos um produto para realmente democratizar esse acesso”, diz.
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Desafios na largada
Por se tratar dos primeiros ETFs do tipo no Brasil, o lançamento demandou algumas adaptações no sistema da B3 para conseguir suportar este tipo de produto. Uma delas foi o fato de os ganhos de capital já ficarem retidos pelo administrador, ao contrário do que ocorre nos demais fundos. E a segunda foi a necessidade de se contratar um formador de mercado para gerar liquidez e reduzir o spread. Com a solução destes pontos, Mançanares acredita em uma boa aceitação do mercado
“Estamos com um trabalho em andamento para fazer as informações sobre esses fundos chegarem nos assessores. O Brasil está em um período de volatilidade grande por conta da economia e da política, e isso só vai se intensificar com as eleições. Trazer um produto que permite investir no ativo mais confiável do mundo em um momento de tensão é um porto seguro para o brasileiro”, encerra.
Texto publicado na edição 53 da revista CRC!News, acesse e leia a edição completa.