A edição de novas regras pela CVM para regular a atuação dos assessores de investimentos deve fazer as plataformas retomarem com tudo a disputa no próximo ano. É o que projeta Diego Ramiro, presidente da Abai (Associação Brasileiro dos Assessores de Investimento). Em entrevista exclusiva à CRC!News, ele faz um balanço do ano e projeta as principais expectativas para 2023. Veja a seguir.
Na sua visão, quais foram os grandes acontecimentos do setor de assessorias de investimentos ao longo de 2022?
Foi um ano que consolidou nossas principais conquistas, como a redução da taxa de fiscalização em praticamente 80%, que era uma das maiores dores da classe, além da mudança do nome para assessor de investimentos. O terceiro ponto foi a CVM soltar a primeira minuta para acabar com a exclusividade, abrindo a possibilidade de os escritórios terem um sócio empresário. Em 2022, a profissão se consolidou cada vez mais na direção de um modelo híbrido, mostrando que o assessor também pode atuar em temas como previdência, seguro, offshore, câmbio. Por outro lado, não vimos tantas brigas das grandes plataformas, mas acredito que com a edição das novas regras para a categoria essa disputa deve voltar no próximo ano.
E em relação à Abai, quais projetos e realizações foram destaque neste ano?
O principal feito foi nossa atuação em Brasília ser reconhecida por deputados e senadores. Participamos de reuniões para contribuir na definição de temas como a mudança do nome da profissão e a redução da taxa. Também avançamos na questão do Simples Nacional para buscar a redução e isenção de impostos. No educacional, promovemos grandes cursos, como o de empreendedorismo no mercado financeiro, que foi o quinto mais visto da plataforma da FGV em nível nacional. Também fomos convidados a integrar os grupos educacionais da Ancord e da CVM, além de participarmos de vários eventos ao longo do ano com apoiadores e parceiros.
Para você, qual a grande expectativa para 2022 que ainda não se concretizou no setor?
Certamente foi a promulgação da nova resolução da CVM, que não saiu, mas deve vir já no início de 2023. Por um lado, esse atraso foi bom para dar tempo para conversar com o novo presidente da entidade, e o texto que está sendo trabalhado agora será mais moderno do que a minuta inicial.
Pensando no futuro, como você projeta 2023 para o segmento de assessorias?
A Abai vai seguir trabalhando para enquadrar a profissão no Simples e para avançar com a resolução 16 da CVM. Acredito que essas mudanças devem ajudar as empresas a se profissionalizar cada vez mais, e os escritórios mais capitalizados vão reforçar o movimento em direção a fusões e compra de outras operações. Temos muitas empresas de AAI díspares no mercado, e vejo uma tendência em direção à consolidação e redução deste número. Além disso, teremos uma agenda ampla para rodar o Brasil em 2023 falando dos principais temas de interesse da categoria.
Texto publicado na edição 64 da revista CRC!News, acesse e leia os principais destaques do setor.
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